Biografia de Edmilson Capelupi
"Aos 13 anos comecei a estudar contrabaixo e, depois passei para o violão de 7 cordas. Mas na época não tínhamos o instrumento, e então meu pai, que havia ganho um violão de 6 cordas, o adaptou tirando a primeira corda, o Mi grave. Ou seja, o violão ficou com as 7ª, 6ª, 5ª, 4ª, 3ª e 2ª cordas e os acordes ficavam incompletos... Depois de um ano e meio tocando assim, meu pai me deu um violão Di Giorgio de 7 cordas. Que diferença! Mas só aos 18 anos é que passei a estudar música com mais regularidade."
Edmilson Capelupi aprendeu e estudou com os "professores" que escutava nos discos que tinha em casa. Se este aprendizado informal teve, no início, a ajuda do pai, a escolha pelo violão o fez seguir com suas próprias pernas, ou melhor, com seu próprio ouvido.
"Eu considero que ouvir música e tirá-la de ouvido é um aprendizado indispensável para um bom músico. Fiquei grande parte daqueles anos tirando músicas de ouvido, no começo com o auxílio de meu pai e depois sozinho. Uma vez, ouvindo uma gravação do choro 'Ainda me recordo', de Pixinguinha, levei um susto agradável com o violão de 7 cordas fazendo uma introdução absolutamente mágica. Foi naquele momento que me decidi definitivamente pelo violão."
O violão de 7 cordas que assombrou Edmilson era tocado por ninguém menos do que Horondino José da Silva, o Dino Sete Cordas.
Para um músico em formação, que tudo o que queria era tocar onde fosse, como fosse, "tudo era agradável: ouvir, tirar, tocar junto, a parada para o cafezinho (às vezes minha mãe fazia uma sardinha frita), o fim da roda de choro, esperar ansiosamente pela roda seguinte, comprar discos, descobrir novos choros. O que mais uso até hoje são essas lembranças de fazer música com o prazer de um iniciante, aquela pessoa que espera pela hora de tocar, pelo dia em que se reúne com os amigos para fazer boa música."
E se houve alguém decisivo nesta formação, "sem dúvida, meu pai foi importante, mas quem me indicou a direção foi Horondino José da Silva, o Dino Sete Cordas. Foi o violonista que me surpreendeu naquela gravação de 'Ainda me recordo'. Ele foi e é o maior violonista nesse estilo, incomparável, único. Na época, eu comprava discos de acordo com a ficha técnica; se não tivesse o Dino, não comprava. Mais tarde, surgiu o grande Raphael Rabello, que também me influenciou por sua junção de solo e acompanhamento."
"Toquei com vários músicos maravilhosos que me mostraram o seu olhar da música e da vida, e que me influenciaram muito. Cito alguns: Antonio Nóbrega, Toninho Carrasqueira, Edson Alves. Porém, há outros que não conheci mas, quando ouço suas obras, me levam a um êxtase total e, de alguma forma, regem a minha música: Anacleto de Medeiros, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Dino Sete Cordas, Radamés Gnattali." Edmilson Capelupi domina os violões de 6 e 7 cordas, além do cavaquinho e da viola. Sua preferência é o 7 cordas.
O instrumentista não tem um rotina rígida de estudos e prefere os períodos da manhã e da tarde para se exercitar.
"Estudo para cada trabalho que estou realizando. Quando tenho que fazer arranjos e estudar, divido o tempo para me dedicar a ambos."
Edmilson acredita que o que o diferencia como instrumentista é o "cuidado de escolher para cada música uma levada rítmica e uma harmonia bem aplicada que não fujam do seu estilo."
Quanto ao improviso, o músico declara que sua "escola de improviso não vem do jazz e, sim, da audição dos músicos populares brasileiros, usando como ponto de partida a melodia original, procuro fazer uma nova."
Como característica própria e assinatura musical, Edmilson identifica sua busca por um estilo próprio, sem preocupação com modismos.
Suas maiores influências, como instrumentista, vêm de Dino Sete Cordas - "o referencial de todos os violonistas de 7 cordas" -, Raphael Rabello - "por ter juntado, neste instrumento, o solo e o acompanhamento" - e Jacob do Bandolim - "o maior chorão de todos os tempos".
Albums featuring Edmilson Capelupi's participation
- Easy tunes (songbook)
- Ernesto Nazareth 1 (songbook)
- Ernesto Nazareth 2 (songbook)
- The best of Ernesto Nazareth (CD)